Visão Geral do Conteúdo
A psicopatia é um distúrbio mental que costuma causar estranhamento e temor na maioria de nós e é um tema de grande relevância no campo da psicologia.
Representa um transtorno de personalidade grave cujas características e manifestações clínicas abrangem um amplo espectro de comportamentos e de traços de personalidade.
Cada pessoa que apresenta uma psicopatia é única. As variações revelam a história pessoal do indivíduo e os reflexos dos acontecimentos em sua personalidade.
Sabe-se que o ambiente desempenha um papel importante no desenvolvimento desse problema emocional-mental e vários sociólogos, psicólogos, policiais, psicanalistas e psicopatologistas (entre outros) estudaram e continuam se aprofundando nesse tema que faz parte desse aspecto perturbador da natureza humana ( André Green, D. Winnicott, O. Kernberg, O.Kohut.).
Tudo indica, segundo vários autores, que os transtornos de personalidade surgem em função de privações, traumas, experiências traumáticas graves, vividos nos primeiros tempos de vida de uma pessoa.
Acredita-se que todos temos traços psicopáticos mas que, se estiverem bem integrados na nossa personalidade, podem ficar equilibrados e sob controle, no sentido de não tornar ninguém um psicopata por isso.
As regras sociais, as leis e aspectos éticos são os limites que nos ajudam a viver em sociedade de forma organizada e visando a harmonia.
No entanto um grupo de nós se desenvolve de forma patológica, vivendo de uma forma peculiar, com sérios problemas na capacidade de sentir empatia, remorso e sentimentos positivos pelos outros.
Pode-se dizer que é um distúrbio em que a capacidade de amar se encontra danificada ou que não chegou a se desenvolver adequadamente.
A vida de uma pessoa que apresenta psicopatia é pobre em experiências emocionais. Geralmente voltada a conseguir vantagens e gratificação do que conseguir dos outros.
Pode-se observar que há um grande vazio emocional que a pessoa procura preencher através de ganhos materiais ou de poder, nas suas várias formas.
Sendo um transtorno de personalidade, as pessoas que apresentam esse problema variam entre graus mais leves, graus moderados e quadros mais graves.
Há estudos científicos que apontam possíveis falhas genéticas que colaboram no prejuízo do desenvolvimento de algumas áreas do cérebro relacionadas às emoções, ao controle dos impulsos, à empatia e à moralidade.
Essa hipótese tem base em diversos estudos científicos com escaneamentos cerebrais de grupos de pessoas.
Definindo a Psicopatia
A psicopatia é um transtorno de personalidade caracterizado por um padrão persistente de comportamento egoísta, frio quanto aos outros e cursando frequentemente com desrespeito às normas sociais e obrigações legais.
A história do conceito de psicopatia remonta ao século XIX, quando os médicos começaram a identificar os indivíduos que exibiam tais comportamentos como “moralmente insanos”. Desde então, o entendimento e a definição da psicopatia passaram por inúmeras revisões, com pesquisas modernas enfocando a identificação de características de personalidade e comportamentais específicas que definem a condição.
Características da Psicopatia
Características Sociais
Os psicopatas são muitas vezes mestres da manipulação e da persuasão, empregando seu charme superficial para ganhar a confiança dos outros. Sua capacidade de mentir e enganar é notável, muitas vezes sem remorso ou empatia pelas vítimas de suas manipulações e abuso emocional.
Uma seríssima dificuldade de manter relacionamentos estáveis também é uma característica marcante.
Características Comportamentais
A propensão a comportamentos antissociais, incluindo criminalidade e violência, é uma preocupação principal para a sociedade. A falta de controle de impulsos pode levar a comportamentos manipulativos e exploradores, muitas vezes com consequências graves para as vítimas.
Características Emocionais
Emocionalmente, os psicopatas muitas vezes parecem superficiais, com uma falta de afeto genuíno. A ausência de ansiedade e medo, com a falta de remorso e culpa, pode torná-los especialmente insensíveis às consequências de suas ações.
Eles também têm dificuldade em lidar com emoções negativas e são incapazes de aprender com punições. Costumam ter um limiar baixíssimo à frustração. São exímios em colocar a culpa do que fazem nos outros, geralmente são muito bons em argumentar e buscam o centro das discussões.
Acreditam ser superiores aos demais, agindo e falando de forma arrogante na maioria do tempo. A psicopatia é uma forma patológica de ser.
Características Cognitivas
Os psicopatas podem ou não possuir habilidades verbais e intelectuais acima da média, que usam para manipular e enganar os outros. Estão presentes em todas as classes sociais, entre homens e mulheres e em todas as culturas.
O narcisismo e a autoestima inflada podem estar presentes, assim como há prejuízo na autorreflexão e autocrítica.
Manifestações Clínicas da Psicopatia
Em suas vidas afetivas, os psicopatas costumam ter relacionamentos superficiais e instáveis. Há um grave prejuízo emocional que gera uma frágil conexão emocional e é comum eles tentarem usar seus parceiros como ferramentas para alcançar seus objetivos.
No Sistema de Justiça
No sistema de justiça, as pessoas que apresentam psicopatia podem exibir comportamentos criminais e delitivos.
Uma parte desse grupo se comporta como predadores sociais e quanto maior for sua capacidade cognitiva mais riscos existem de alcançar cargos de destaque social.
O grupo que apresenta um nível mais alto de inteligência lógica pode nunca ser devidamente diagnosticado e permanecer a vida toda gerando sofrimento aos que com eles convivem, inclusive família, colegas e com as pessoas com que trabalha.
A dificuldade de reabilitação são problemas comuns, assim como os desafios na avaliação e tratamento em contextos legais.
Perguntas frequentes sobre Psicopatia
O que causa a psicopatia?
A psicopatia é causada por uma combinação de fatores biológicos (pouco conhecidos) e ambientais ( traumas infantis precoces, privação, abusos físicos ou morais).
A psicopatia pode ser tratada?
O tratamento da psicopatia é desafiador e os resultados são muitas vezes limitados.
No entanto, as psicoterapias mais profundas podem, a longo prazo, obter melhora no estabelecimento de parte dos vínculos emocionais através de uma experiência terapêutica positiva. O tratamento da psicopatia raramente envolve medicamentos já que o paciente não procura ajuda médica pois não se considera adoecido. É habitual o paciente acreditar que o problema são sempre os outros.
Estabelecer limites claros, bem definidos e um sistema em que a pessoa perceba as consequências de seus atos é uma das poucas formas de controlar os sintomas dessa triste forma de ser e existir.
Todos os psicopatas são violentos?
Não, nem todos os psicopatas são violentos. Embora muitos psicopatas exibam comportamentos violentos ou criminosos, outros podem ser capazes de controlar esses impulsos.
É possível prevenir a manifestação da psicopatia em jovens?
A prevenção é um desafio, pois os fatores que contribuem para a psicopatia são complexos e multifacetados. No entanto, intervenções precoces que visam desenvolver habilidades sociais e emocionais podem ter algum benefício.
Quais são as principais diferenças entre a psicopatia e a sociopatia?
Embora ambos os termos se refiram a tipos de transtornos de personalidade caracterizados por comportamentos antissociais, a psicopatia é geralmente vista como um transtorno mais grave, com sintomas emocionais mais severos.
Os psicopatas são geralmente vistos como mais manipuladores, abusando mais das outras pessoas de forma emocional, enquanto os sociopatas são frequentemente mais propensos a violações da lei em suas mais variadas áreas.
Conclusão
A psicopatia é um transtorno de personalidade complexo, com uma ampla gama de características e manifestações clínicas. Sua complexidade e seus impactos na sociedade destacam a necessidade de pesquisa e compreensão contínuas para mitigar seus efeitos e encontrar tratamentos eficazes.
Nota
Este artigo contou com a valiosa colaboração de colegas especialistas em Psiquiatria, cujas contribuições enriqueceram o conteúdo e reforçam a credibilidade das informações apresentadas.
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Nota de Revisão Técnica
Revisado por Dra. Célia Regina Barreto Bianco, Psiquiatria.
CRM: 68641, RQE: 78681