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Miocardite: Entenda o que é

A miocardite está em evidência em redes sociais, jornais e revistas no Brasil e no mundo, tanto por ser uma consequência da Covid-19 quanto pela relação com vacinas como as da Pfizer e da Moderna. Para entender do que se trata, confira as informações abaixo!

O que é miocardite e suas causas?

A miocardite é uma inflamação que acomete o músculo cardíaco (miocárdio). A principal causa da doença são as infecções virais, mas doenças autoimunes também são uma causa digna de menção.

Recentemente atendi dois casos de miocardite, um deles relacionado a infecção viral e outro caso relacionado ao uso de anabolizantes.

Qual a relação da doença com a vacina da Pfizer?

Estudos recentes apontaram uma relação entre miocardite principalmente após a segunda dose de vacinas com imunizantes de plataforma de RNA mensageiro (RNAm). 

No Brasil, a única vacina registrada pela Anvisa que possui essa composição é a da Pfizer. Na maioria dos países do mundo, as agências reguladoras de assuntos relacionados a saúde, considera que o benefício da vacinação supera os riscos de miocardite, que são bem baixos.

A Anvisa ressalta que mantém a recomendação de continuidade da vacinação com a vacina da Pfizer, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios superam os riscos.. Porém, é necessário observar se sintomas de miocardite não se manifestam alguns dias depois de tomar a vacina, portanto é importante conhecer quais são esses sintomas.

Os casos de miocardite por resposta autoimunes

Nos quadros decorrentes de doenças autoimunes, a miocardite ocorre porque o corpo ataca tecidos como o do coração além do agente infeccioso, causando inflamação no músculo cardíaco.

A miocardite pode ser leve ou grave. Portanto, há tanto casos em que a recuperação é total, quanto formas de problemas cardíacos graves que podem levar ao óbito. 

Dado que a doença pode chegar a quadros mais graves, é importante manter acompanhamento médico, ficar em repouso e evitar a prática de exercício físico enquanto o coração estiver inflamado. 

Quais os sintomas?

Os sintomas de miocardite podem ser diferentes para cada pessoa. Os principais são:

  • Dor torácica,
  • Arritmias ou palpitações com sintomas de aceleramento ou descompasso no coração,
  • Falta de ar ou dificuldade respiratória,
  • Edema (inchaço) nos pés, tornozelos ou pernas
  • Insuficiência cardíaca, ou seja, a falta de bombeamento adequado de sangue pelo coração, podendo causar fadiga/cansaço e dificuldade de realizar exercícios.

Devo procurar um médico?

Sim, ao sentir um ou mais que um dos sintomas acima, é importante passar por consulta médica e avisar se:

  • tomou vacina recentemente, 
  • tomou um novo medicamento,
  • pegou um resfriado ou Covid-19.

É necessário fazer testes para diagnosticar o problema?

Sim. O cardiologista o vai examinar cada paciente e, a partir de cada quadro poderá solicitar exames abaixo:

  • Exames de sangue, com a finalidade de mensurar o nível de enzimas cardíacas (a troponina, por exemplo, que é alterada pela miocardite),
  • Eletrocardiograma (ECG), 
  • Raio-x de tórax, 
  • Ecocardiograma,

Em uma investigação mais avançada (não sendo regra geral mas sim como exceção) podem ser necessários:

  • ressonância no coração (pode ajudar a avaliar o dano no coração causado pela miocardite),
  • cateterismo cardíaco (serve para descartar outras causas de dano cardíaco).

Como a miocardite é tratada?

Como a intensidade da miocardite varia de um caso para o outro, o tratamento depende da gravidade de cada quadro e pode incluir:

  • repouso: o médico indicará por quanto tempo;
  • evitar exercícios físicos a fim de evitar arritmias perigosas ou fatais;
  • evitar bebidas alcoólicas,
  • tratamento medicamentoso.

Em relação aos medicamentos, não há um tratamento universal e os remédios poderão ser indicados para:

  • ajudar a respirar melhor, 
  • desinchar o organismo, 
  • impedir a formação de coágulos, 
  • regular o sistema imune, 
  • controlar arritmias.

Nos casos mais graves a internação garante um suporte e monitorização. Em casos extremos, é necessário fazer o transplante cardíaco. Porém, esta é uma exceção.

Cuidados pós-tratamento

Por fim, depois de passar pelo tratamento, quem teve miocardite precisa continuar a fazer o acompanhamento médico regular por tempo prolongado.

Quem desenvolve a miocardite pode vir a sofrer de problemas cardíacos no futuro, mesmo após a recuperação. Portanto, avaliações cardiológicas de rotina é uma recomendação relevante.

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