
Este texto tem por objetivo, orientar precauções sobre o uso da Liraglutida para o tratamento de obesidade, nome comercial Victoza® e Saxenda®.
Não vou me referir sobre o uso no tratamento da diabetes que é um assunto a parte!
É um medicamento que se bem indicado, pode levar a benefícios, porém como todo medicamento, deve ser prescrito e acompanhado por um médico, na minha opinião, de preferência um endocrinologista. Tenho o intuito de alertar contra o uso por conta própria, sem o devido acompanhamento médico, pelo risco de efeitos adversos.
Em determinada época virou moda e muitas pessoas estavam usando por indicação de colegas e amigos. Dessa forma ao longo desse texto, sendo bem objetivo, vou mostrar porque o tratamento merece acompanhamento médico.
Mais uma vez reforço, que eu como cardiologista, até prefiro que o paciente acompanhe com um endocrinologista que já é um profissional que usa na sua rotina o Liraglutida para tratamento de diabetes e também para o tratamento de obesidade.
Alguns parâmetros a serem monitorizados
- Glicemia
- Hemoglobina glicada
- Função Renal – Creatinina e Uréia –
- Sinais e sintomas de pancreatite
- Triglicérides
- Sinais e sintomas de colecistopatia
- Início ou piora de depressão
- Pensamentos de auto-extermínio
- Mudanças comportamentais
- Frequência Cardíaca
- IMC
Precauções e alertas:
Efeitos cardiovasculares:
O aumento da frequência cardíaca em repouso tem sido observado desde os estudos iniciais do medicamento. Uma monitorização é recomendada. Descontinuar o uso em pacientes que apresente um aumento significante e sustentado da frequência cardíaca de repouso.
Doença da Vesícula: O uso do medicamento pode aumentar o risco de cálculos vesiculares e doença das vias biliares. Colelitíase e Colecistite tem sido reportado em pacientes recebendo liraglutida, com a maioria dos pacientes necessitando de hospitalização ou cirurgia de colecistectomia.
Sintomas gastrointestinais: As reações mais comuns são relacionados aos sintomas gastrointestinais. Esses sintomas podem ser doses dependentes e podem diminuir de intensidade com um aumento gradual da dose e com o passar do tempo. Pode ser necessitário descontinuar o uso se ocorrer depleção de volume em decorrência de diarreia, náuseas e vômitos.
Reações de hipersensibilidade: assim como a maioria dos medicamentos, podem ocorrer reações de hipersensibilidade, incluindo angioedema e anafilaxia.
Pancreatite: Casos de pancreatite aguda e crônica (incluindo fatal e não-fatal, hemorrágica ou necrotizante) tem sido reportados. É importante monitorizar sinais e sintomas de pancreatite (ex: dor abdominal acentuada e persistente que pode irradiar para costas, acompanhado ou não de vômitos).
Efeitos psiquiátricos: Evitar uso em pacientes com história de tentativas de suicídio prévias ou comportamento de risco.
Efeitos renais: Insuficiência Renal Aguda e piora de função renal na Insuficiência Renal Crônica (incluindo casos graves que necessitaram de dialise) tem sido reportados. Alguns casos foram reportados em pacientes sem lesão renal conhecida previamente. Os casos foram principalmente reportados em associação com vômitos, diarreia ou desidratação.
Reações adversas no tratamento de liraglutida para obesidade.
Reação adversa | Incidência |
---|---|
Aumento da frequência cardíaca | 34% |
Aumento da frequência cardíaca (> 20 bpm) | 5% |
Cefaleia ou dores de cabeça | 14% |
Hipoglicemia em pacientes não diabéticos | 2 a 3% |
Náuseas | 39% |
Diarreia | 21% |
Constipação | 19% |
Vômitos | 16% |
Reações a injeção no local | 3 a 14% |
Incidência de 1% a 10%
Reação adversa | Incidência |
---|---|
Taquicardia | 6% |
Fadiga e tontura | 7 a 8% |
Prurido no local da injeção ou rash cutâneo | 1% a 3% |
Distensão abdominal | 5% |
Dor abdominal | 5% |
Doença do refluxo gastroesofágico | 5% |
Aumento de lipase | 2 a 5% |
Colelitíase | 2% |
Xerostomia | 2% |
Infecção urinária | 4% |